Domingos Alicata

Domingos Alicata

1940-11-11 Rio de Janeiro
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Guardião da Noite

Guardião da Noite.

Eu sou o guardião da noite...

Dos edifícios apagados,

dos sorrisos adormecidos,

das ilusões desfalecidas...

Restos de vida passam

levados pelos passos

cansados das prostitutas

que se vão...

Na gargalhada que escapa,

da boca amargurada.

Nos passos inseguros que

esquecem de recolher

o eco vazio que deixam

ao passar...

Solitários, abandonados...

Tristes percorrem as

pecaminosas esquinas

da vida...

... e na luz enfraquecida da

solidão, desaparecem.

Apago então as estrelas.

Recolho as últimas cores

da noite.

Adormeço minhas tristezas...

Deixo apenas a ilusão

das ondas que acreditam,

vaidosas, serem delas

o último olhar da Lua...

Lentamente me oculto

do novo dia que chega...

Com novas cores,

novos sonhos,

efêmeros amores...

Domingos Alicata.

Rio, 19.01.2006

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