Há gotas de luz que regam a memória
Repleta de saudades insubmissas
Arremessam palavras sempre travessas
Deglutindo a noite que chega quase possessa
Resguardo aquele eco submisso e cruel
Açambarcando todo o lamento selado
Entre astutos beijos deveras tão arrojados
Entregue à noite farsante, desnudam-se
Tantas luminescências apaixonadas, deixando
Um calafrio de caricias a marinar além tão estimuladas
Encabulada a madrugada perfila-se no horizonte
Dos meus silêncios mais flagelados até ficar em
Sintonia com este gemido travesso e avassalado
Oh mãos atrevidas que deslizam neste silêncio tão excitado
Frederico de Castro