AurelioAquino

AurelioAquino

Deixo-me estar nos verbos que consinto, os que me inventam, os que sempre sinto.

1952-01-29 Parahyba
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Odes psicológicas

I
 
o desejo
instaura
artifícios
pela alma
 
flui,

e, farpa,
rasgadamente
sobressalta
 
material

nem se consente
andaime do pensar
impunemente
 
o desejo

exara

certidões do tempo
e da carne
 
intui

adredemente

aquilo que nem se tem
e cala
 
o desejo

me repõe em atas
que nem escrevo
nas palavras
 
urde

uma vontade

com a mesma compleição
da liberdade
 trai um gesto

que nem se cabe

na finitude das mãos
porque há de
 
II
 
do desejo

tem-se a impressão
que arde
 
do desejo
tem-se a ilusão
de um alarde
 
do desejo

tenho a compreensão

de que sou sempre tarde
 
III
 
desejo

quando singro a razão
do que não digo
 
desejo

quando pareço
ser um tanto eu
do meu avesso
 
desejo, enfim
quando desejo
ser diverso nas curvas
em que transcendo.
 
 
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