Mãos Vazias
Minhas mãos vazias
carregam o mundo
que é tão profundo
quanto as tardes frias.
Vivo o amor platônico,
pois preciso tê-lo,
não me importa vê-lo
sob o mar disfônico.
É inútil ler
e estudar matérias
que, se fossem sérias,
saberiam ser.
Um saber disforme
é o que armazeno
dentro de um terreno
inóspito e enorme.
Às vezes eu grito,
só para testar
minha voz, pelo ar
que tanto me ignora.
O tédio me adora
e a ele eu me agarro,
não há café ou cigarro,
o tédio me basta.
A afeição me afasta
e sei que mereço,
pois eu nunca cresço
e esqueço o espinho.
A flor mais bonita
não chora, não grita
e sofre calada,
vive de carinho.
Sou uma planta amassada
perdida na relva;
entre os dedos eu carrego
a essência do nada.
carregam o mundo
que é tão profundo
quanto as tardes frias.
Vivo o amor platônico,
pois preciso tê-lo,
não me importa vê-lo
sob o mar disfônico.
É inútil ler
e estudar matérias
que, se fossem sérias,
saberiam ser.
Um saber disforme
é o que armazeno
dentro de um terreno
inóspito e enorme.
Às vezes eu grito,
só para testar
minha voz, pelo ar
que tanto me ignora.
O tédio me adora
e a ele eu me agarro,
não há café ou cigarro,
o tédio me basta.
A afeição me afasta
e sei que mereço,
pois eu nunca cresço
e esqueço o espinho.
A flor mais bonita
não chora, não grita
e sofre calada,
vive de carinho.
Sou uma planta amassada
perdida na relva;
entre os dedos eu carrego
a essência do nada.
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