Pedro Paiva

Pedro Paiva

1962-06-29 Altos - Pi
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HOJE À NOITE A LUA NÃO VEIO ME VER

Hoje a lua não veio bater na minha janela.
Fiquei a noite toda esperando por ela.
Mas ela não veio! Por acinte?... Talvez!... 
Ou quem sabe por cruel prazer.
Hoje à noite a lua não veio me ver!
 
Na praia deserta, o mar revolto se encrespou.
E a brisa mansa não veio sussurrar-me ao ouvido
segredos de amor!
Vocês sabem por quê?
Hoje à noite a lua não veio me ver!
 
A estrela guia no céu brilhante
que piscava pra mim a todo instante?
De desgosto,  no abismo celeste,  se lançou.
Vocês sabem por quê?
Hoje à noite a lua não veio me ver!
 
No meu lindo jardim, a idílica rosa
pendida na haste de roseira frondosa, 
sem luz e sem perfume também murchou.
Vocês sabem por quê?
Hoje à noite a lua não veio me ver!
 
A fonte perene secou.
O verde-lodo das campinas desbotou.
Triste , a passarada emudeceu.
Vocês sabem por quê?
Hoje à noite a lua não veio me ver!
 
A orquestra das cigarras nostálgicas se calou.
Sem pirilampos, o show de luz nem começou
e de negro manto a terra inteira se vestiu.
Vocês sabem por quê?
Hoje à noite a lua não veio me ver!
 
Sem ébrios e seresteiros, as ruas ficaram desertas.
Os bares, sem os boêmios,  cerraram as portas.
E os casais de  amantes não vieram se amar na praça.
Vocês sabem por quê?
Hoje à noite a lua não veio me ver!
 
Oh, lua de mel!
Em bodas de fel
não me deixes aqui
solitário a sonhar!
Por favor, desce do céu!
Vem à minha janela brincar.
Inunda de luz e de clarão 
meu quarto sombrio, 
meu pobre coração
que triste e  choroso
chama por ti.
E tu bem sabes, ó lua,  porquê.
É que hoje à noite
tu não vieste me ver!

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