

Bianca Lopes
Menina em rascunho. Um dia publico minha edição definitiva.
2002-07-11 Rio de Janeiro
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Anonimato
No mundo, há milhares de poetas mudos
Escrevem versos em cadernos sujos
Que morrem com os autores, ruídos surdos
Sem conhecer os prazeres e as dores
De revelar seus absurdos
Esses feiticeiros do cotidiano
Que seguem na vida pública, silenciosos
Às vezes esbarram-se pelos bares, ociosos
E terminam em quartos revelando, escondidos
A verdade entre gemidos
Mas quando chega a segunda-feira
O despertador toca da mesma maneira
E são obrigados a levantar para o trabalho
São comerciantes, cozinheiros e advogados
Que fingem se preocupar com a inflação e com o mercado
No mundo, há milhares de poetas mudos
Ler o que têm a dizer, é minha maior vontade
Tirar seus poemas da gaveta, descobrir sua identidade
Assim o faria se não fosse eu mesma um ruído surdo
Sem rosto nem poder
Ainda esperando meu vir-a-ser
Escrevem versos em cadernos sujos
Que morrem com os autores, ruídos surdos
Sem conhecer os prazeres e as dores
De revelar seus absurdos
Esses feiticeiros do cotidiano
Que seguem na vida pública, silenciosos
Às vezes esbarram-se pelos bares, ociosos
E terminam em quartos revelando, escondidos
A verdade entre gemidos
Mas quando chega a segunda-feira
O despertador toca da mesma maneira
E são obrigados a levantar para o trabalho
São comerciantes, cozinheiros e advogados
Que fingem se preocupar com a inflação e com o mercado
No mundo, há milhares de poetas mudos
Ler o que têm a dizer, é minha maior vontade
Tirar seus poemas da gaveta, descobrir sua identidade
Assim o faria se não fosse eu mesma um ruído surdo
Sem rosto nem poder
Ainda esperando meu vir-a-ser
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