Meus Beijos
Meus beijos, Amiga, já foram inocentes, puros,
diria até ingênuos.
Os impuros, ah! Os impuros! Acompanham-me
por toda a vida. Sensuais, amantes, roubados,
infiéis, frios, prostitutos mas, nem todos, despidos
de sentimentos profundos.
Mas os de amor, Amiga, foram inesquecíveis, eternos.
Junto com eles, deixei minha alma nos lábios amados.
Foram tantos lábios, tantos sonhos tentando definir
sentimentos tão simples, que , por vezes, me perdi.
Estimulados, às vezes se disfarçavam em sensuais mordidas.
Alucinados, no entanto, rompiam castas barreiras e,
ofegantes, percorriam corpos abandonados na loucura.
Hoje, Amiga, busco a síntese de todos os beijos.
Mas que sejam lábios companheiros e tolerantes.
Se possível, fiéis, para que eu possa neles depositar,
finalmente, meus últimos beijos disfarçados em poesias...
Domingos Alicata
Rio, 08.09.2005.
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