Cabo de mim
Com as mãos, jogaste a semente;
assim fui crescendo normalmente.
Mas, como me plantaste,
depois, plantaste a minha destruição.
Cortando-me com o machado,
as mesmas mãos que têm me semeado;
cortando-me com o machado,
sem ter nenhuma escolha;
tirando todas minhas folhas,
todos os meus galhos;
foi tanto trabalho por nada.
Enfim, só não fui totalmente derrubada,
porque, sim, ficaram no solo minhas raízes.
O machado deixou em mim vários cortes:
sinais de cicatrizes.
Que como uma árvore morta
que suporta todos os desastres,
toda má fé e má sorte,
morri ainda de pé.
Sabendo que, da madeira,
farão machados e machados,
como esse mesmo que, ainda, me corta,
a ponto de fazer, também, eu cortar árvores inteiras.
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