Serafim Leite

Seminarista, aos 15 anos de idade parte para o Brasil, para onde fora o pai, e escreverá sobre ele: «operário sombreireiro a quem a Amazónia atraiu, e onde jaz para sempre». No Brasil, no Pará, dedica-se «à vida comercial, num ramo viageiro então excepcionalmente próspero: o negócio da borracha, entre os seringueiros do rio Negro»; aprende o tupi, é guarda-livros e escreve na Gazeta de Monte Alegre. Do Brasil parte para a Alemanha, chega à Bélgica e à Holanda e convive com jesuítas portugueses; em 30 de Julho de 1914 ingressa na Companhia de Jesus e em 27 de Julho de 1926 é ordenado sacerdote. Escreve sobre Alão de Morais, nascido duzentos e cinquenta e oito anos antes dele e, como ele, em São João da Madeira. Redactor da Brotéria, é contista e poeta, com alguns livros publicados de 1930 a 1932. Em 1933 começa a escrever uma obra monumental, em 10 vols. surgidos de 1938 a 1950: História da Companhia de Jesus no Brasil; em Portugal atribuem-lhe o Prémio Alexandre Herculano e no Brasil é doutorado scientiae et honoris causa na Pontifícia Universidade Católica do Rio do Janeiro. Na Academia Brasileira de Letras profere uma conferência sobre Camões, Poeta da Expansão da Fé (1943) e em Acta Universitatis Conimbrigensis publica os «Estatutos da Universidade de Coimbra (1959)». Devem-se-lhe estudos sobre o P. Manuel da Nóbrega: Breve Itinerário para Uma Biografia do P. Manuel da Nóbrega, e Cartas do Brasil e mais Escritos do P. Manuel da Nóbrega (Opera Omnia), 1955. É homenageado pelo Instituto Histórico da Companhia de Jesus: Miquel Batllori, Bibliografia de Serafim Leite, S. I. (Roma, 1962). Morre de ataque cardíaco logo após celebrar missa, ainda junto do altar; os seus rostos mortais são trasladados da Itália para Portugal e repousam em São João da Madeira. Tem como pseudónimos João Madeira e Mário Vítor; há naquele uma homenagem à sua terra natal e neste uma homenagem às suas irmãs Maria e Vitória.