Só me basta a eternidade, Não quero ficar "pra-história", Apenas por falar "falas-de-bruxo", Nunca ninguém houve "em-tempos", Nem teve por nome "chamar-se-eu-mesmo" isto,
Como eu me-chamo de-místico, Só me basta a eternidade, Pois que nada me é precioso demais, Sonhar não é preciso, se o que faço é desperto, Dormir é o paraíso, porque não dormir
Eu pra sempre, E aquilo que sonhasse, Fosse eterno, Só basta a eternidade a mim, Continuado já eu me suponho e prolongo
Nisso que digo sem esforço, É como soltar o ar dos pulmões... Como sentir o peso do cabelo, Não o sinto, nem os sonhos pesam, Penteiam-me os cabelos,
Assim a eternidade é uma condição Que não me pesa, pois não a tenho, Não a sinto sob a fronha, No entanto brinca comigo E com o meu desejo,
Só basta a eternidade, A mim que a todo o momento morrerei De enganos, disfarçado em dia Que dá luz a tudo e até aos ombros E aos passos que dei,
Acima de tudo sabendo Que um dia morrerei, como tudo Que se parte e se foi, É isso que os poetas tendem A ser, parecidos ou iguais ao que flui,
O que me resta é guardar o tempo Bem dentro, assim como uma flor seca Se guarda num livro que não se lê, Soltar o ar e seguir o vento, Pra parte alguma,
Quanto basta pra ser eterno ... (Busco a eternidade-num-saco-vazio)