Cyber Poeta Silas Correa Leite

Cyber Poeta Silas Correa Leite

O atual literato e Cyber Poeta, Silas Correa Leite, na verdade nasceu no bairro operário de Harmonia, na cidade de Monte Alegre, Paraná, região de Tibagi.

1952-08-19 São Paulo Itararé
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Alguns Poemas

Projeto de Vida, Silas Correa Leite, Depoimento de um Poeta Sexagenário

Projeto de Vida- Depoimento de Um Poeta Sexagenário

Silas Corrêa Leite

(Da Série "Testamento de Uma Jornada")

A partir de uma tenra idade, muito precoce ainda, pais honestos, meio probo, vc começa a delinear um básico projeto de vida. De origem humilde, você cisma: -Estudar muito, ler bastante, trabalhar o mais cedo possível, ganhar a vida honestamente, com as mãos limpas. Simples assim.

Começa a trabalhar, sempre lendo, sendo honesto, pontual, produtivo, criativo, admirado e elogiado pelos patrões, tipo "esse menino vai longe". Quando tem a chance de estudar, se entrega loucamente aos estudos que acabou parando na quarta-série primária ainda guri, para trabalhar e ajudar a família carecida. E exemplos de dignidade, criatividade, honestidade em casa, no meio, no clã. Siga os bons.

Cedo sai de casa em busca de melhores condições de trabalho e estudos. Passa necessidade, passa fome, dorme em cortiço, pensão, dorme na rua. Sempre com um ideal, um sonho, esperanças limpas. Nunca é tarde para recomeçar, e a busca de ser feliz ainda que tardia.

Acaba se formando com dificuldades, acaba melhorando de empregos, sempre respeitado pelos colegas, subalternos, amigos, chefes, patrões, donos. Podem confiar em você. Seu sonho é vencer na vida com esforço e por merecimento. Em todo trampo, mesmo começando por baixo, logo acaba chefe por mérito. Começa a ganhar bem. Ajuda amigos, parentes, familiares. Seu projeto de vida é digno. Aprende a respeitar a dor do outro, estender a mão, ser solidário, também tem um projeto de vida ético-humanitário. Vai realizando seus sonhos...

Erra e acerta no amor. Romântico, poeta, sabe como é. Comete erros que pode dizer que cometeu, na caminhadura. Nada a esconder. Nenhum mal feito que revele você interesseiro, mau caráter, roubando a firma, o patrão, o meio, nem nunca chamado de caloteiro, de velhaco, nem nunca sofrendo despejo por falta de pagamento, nunca ostentando nada que não fizesse por merecer ter com sangue, suor e lágrimas. Projeto de vida. Simples assim.

Vez em quando, levando um tombo da vida, uma mentira, uma traição, uma punhalada pelas costas de parente ou amigo, mas sempre saindo da queda, do chão, limpo, se levantando com mais trabalho, resiliência, mais esforços, três trampos, acordando cedo, dormindo tarde, vendendo as férias para fazer caixa, fazendo cursos em finais de semana, nas férias. Projeto: evoluir, comprar uma casa para si, uma casa prometida para a mãe. Finalmente, entre lonjuras e escolhas, acerta e acha a mulher de sua vida, uma mão na roda, honesta, estudiosa, que trabalha muito também, que estuda até tarde, que dá um show em casa, gerencia sua cabeça, suas loucuras, dá estrutura aos seus planos... Luz atrai luz.

De vez em quando um novo curso, um novo diploma, um prêmio literário de renome, um convite pra palestra paga, uma entrevista no rádio, outra na tevê, em programa de alto nível cult, depois bola um livro pioneiro, de vanguarda e único no gênero que sai na chamada grande mídia, vira tese de mestrado, no doutorado, consta em centenas de sites, até em antologias literárias no exterior, ou mesmo na Biblioteca Nacional, e você com seu projeto de vida ganhando amplitude, destaque, reconhecimento. De três sonhos impossíveis quando criança berebenta com amarelão, realizou mais de dez sonhos impossíveis ao longo de seu projeto de vida. E como escritor elogiado entre outros por Elio Gaspari, Fernando Jorge, Lygia Fagundes Telles, Ignácio de Loyola Brandão, Álvaro Alves de faria, Moacir Scliar e Carlos Nejar,ambos da ABL-Academia Brasileira de Letras. Sentiu firmeza.

Encontra colegas de trabalho, patrões, alunos. Em todos o reconhecimento claro e cristalino. Seus textos em sites, até internacionais, em redes socais, em convites de formatura, em discursos, citações, em teses de TCCS, em posses de academias de letras regionais, em agendas, até fora do Brasil. O menino pobre, pondo suas dores pra fora, seu projeto de vida relido e contato, e novos prêmios, outros livros. E palestras, até em universidades federais, publicado em jornal da USP, onde foi bolsista pesquisador, seus textos em sites da Argentina, Itália, Chile, Estados Unidos, Espanha, Portugal, Angola,Moçambique, Rússia, no Pravda. Seu Estatuto de Poeta vertido para o inglês,francês, espanhol e russo. Seu projeto de vida tem o que dizer,o que valer, o que fazer sentido numa croniqueta, num poema, num livro. Você compra a casa para sua mãe. E a sua mãe descendente de negros com índios, vendo você na TV Cultura, duas vezes, na TV Band, em capa de jornais de sua cidade, em matérias e em revistas, e diz: -Ele sempre foi meio espeloteado. Você a honra. E conta que vc esteve para morrer seis vezes, quando criança. Que seu pai gastou vários terrenos para comprar remédios, tratar de vc, para que você sobrevivesse. Você venceu a morte... a miséria... a batalha da vida dura... Os padres dizem que vc seria um ótimo Frei. Os crentes dizem que vc seria um ótimo pastor. Os Médiuns dizem que vc é médium... Será o impossível? E vc na sua vidinha, fé com obras...

Um dia chutam: -Você deu sorte na vida. Não sabem um terço da missa. Um dia perguntam: -E se você fosse avisado por um medico, de que tem pouco tempo de vida,o que faria? Você responde: Eu olharia para trás, vendo que deixei o mundo de meu clã melhor do que recebi, olharia minha origem, minha trajetória, e diria, curto e grosso: -Pintei e bordei.

Cada coisa em sua casa, conquistada com esforço e dignidade. Nunca colocou nada em casa que fosse tirado, furtado, roubado, enganando alguém, a empresa, o amigo, o parente, a facilidade de extorsão, o enriquecimento ilícito com divida, peculato, prevaricação. E ainda socialista, sonhando um humanismo de resultados. Um amigo brinca: Se vc fosse de direita, mau caráter, mulherengo,interesseiro,olho grande,mão rápida, dinheirista, continuasse na área de advocacia, estaria podre de rico? E indagam: -Vc está rico? Vc responde na bucha: -Estou digno.

Quando não te chateiam: -Por que vc estuda tanto,lê tanto, feito um E.T.? Ninguém sabe a sua dor.O que você passou para continuar limpo e para ser o que é. Vc cai no Vestibular na faculdade de letras de sua cidade, da qual é autor de um hino. Cai, junto com Machado de Assis e Vinicius de Moraes no Vestibular da VUNESP.Seu projeto de vida cresceu com você. E vc não ostenta posses,nem nada que valore mais você,a não ser a sua própria história de vida, que já daria um romance de tristeza,de conquista e determinação...

Projeto de vida: vencer com a força de sua cabeça,seus braços; o que tem fazer por merecer e coadugnar com seus ganhos em três trampos e trabalhos de assessorias em escritas,orelhas e prefácios de livros,resenhas criticas, criticas literárias e sociais, escrevendo em mais de 800 links de sites. Você fez além de seu projeto de vida. Há um Deus. Quando chegar a sua hora de ir embora, cantar noutra fregesia do céu, numa Itararezinha Celeste, dirão: -Passou a vida lendo e escrevendo e estudando feito um louco. Alguma pessoa que sabe sua história,dirá: -Queria ter um filho como ele.Uma aluna dirá novamente: -Foi o melhor professor que eu tive,foi como um pai pra mim,e regia aulas como um professor de cursinho, cantava na sala, fazia historias em quadrinhos,teatro,letras de rock, entrevista,rodas vidas de aulas... tudo isso em Geografia,História, Filosofia e Ética e Cidadania, Didática...

Nesses erros e acertos,altos e baixos,idas e vindas, tempos de vacas magras e vacas gordas, perdas e saudades, rupturas e desastres, tragédias e lamentos,procura honrar a memória de seus ancestrais. Você foi forte,dizem. Você deu no couro,diz um parente. E você, passando dos sessenta, jogando limpo, segue o trajeto final de sua vida. Exigindo pelo pai,criticado,cobrado, sancionado,correspondeu, fez bonito. Criticado, foi estudar mais. Cada pé na bunda que levava, um novo curso,um novo livro,um novo diploma. Sempre assim. Primeiro dizem que você é pobre, é feio,filho de preto,de crente, de mãe lavadeira de roupas, faxineira, depois dizem que você é metido (escreve pro jornal com 16 anos), depois que é viado, depois que maconheiro,depois que é bêbado, depois que é comunista, petralha, depois você Vence sem fazer parte do sistema, sem entrar em nenhum esqueminha, sem corporativismo, sem jogos sujos, sem tramoias. E quem humilhou você num determinado tempo de pobrinho, humilhou sua mãe até,hoje compra seus livros no site da Livraria Cutura e pede autografo para você. Já pensou que demais?

A sua primeira professora, que, com a diferenciada pedagogia do afeto alfabetizou você e descobriu sua primeira poesiazinha certamente pueril, décadas depois,num lançamento de mais um livro seu, na Casa das Rosas lotada, na Avenida Paulista, em SP, depõe:--O Silas foi o aluno mais pobre que eu tive. O Silas foi ao aluno mais inteligente que tive.Você chora. Alguns presentes choram.Mais de dez anos depois, você encontra uma ex-aluna que abraça você chama você de pai.Você olha a mãe da aluna chorando por finalmente conhecer você,e diz:-Você ajudou a criar minha filha. Ela estudou oito anos com vc e vc encheu o coração dela de sonhos... e mudou a cabeça. O sr foi como um pai pra ela,que era filha de mãe solteira...

Com quase cinco mil amigos no facebook,muitos até do exterior, entre centenas de ex-alunos, e o surpreso marido de uma ex aluna na pg do facebook diz:-Minha esposa está aqui na sala, na frente dos filhos,chorando,por encontrar o senhor de novo,que diz que foi o melhor professor que ela teve. Esse reconhecimento vale mais que um holerite, vale uma vida, uma alma. Somos todos aprendizes?

Por essas e outras, vencedor com as mãos limpas, sem obter vantagem em nada, sem ludibriar a empresa em que trabalha, ou valer-se do cargo ou situação de meio para ter status, pose, posses, conquistas amorais ou ilegais,você segue seu final de vida, como que lhe couber. Não fiz feio.

Na longa estrada da vida, os amigos podem contar com você. Os parentes podem contar com você. Seu pai contava com você, pois precisou. Você nunca abandonou sua mãe, e ela com você sabia que podia sempre contar.

Todos nós temos uma história pra contar.

Qual é a sua, vai encarar?

Se forem fazer uma auditoria,confirmariam isso. E saberiam de processos que sofreu por corruptos em quem os outros votaram,você não, e vc ainda continua primário apesar de tudo, 47 anos escrevendo para o Jornal O Guarani de Itararé,onde tudo começou como uma escada,uma escola,uma estrada, um treino, um aprendizado básico.

Consciência limpa,sem remorso,várias perdas e tristezas,marcas no corpo e na alma, sem tatuagens mas com várias cicatrizes, e você segue sobrevivendo sem esperar muito da vida agora,afinal,estamos todos no mesmo roçado de trajeto e entornos, e, parafraseando Caetano Veloso, sabemos que uns vão, uns não, uns hão,uns cão, uns chão,e não existem outros...

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Silas Corrêa Leite

E-mail:poesilas@terra.com.br

WWW.artistasdeitarare.blogspot.com/

Texto da Série "Daquilo Que Eu Sei e Vivi Plenamente"

Poema Bendições

BENDIÇÕES

(Terras em Mim de Portugal)

-O que será, que tenho em mim

De Portugal, terra de ancestrais

De meus pais?

A pureza original da Ilha da Madeira?

A bruteza náutica do inquerer?

A busca de uma paz impossível?

A arte como refinamento íntimo?

O amor pelas estrelas do mar?

A língua-mãe, ou o fado,

do meu destino de peregrinador?

Alguma coisa de Portugal, por parte de meu pai

Eu tenho em mim

E escrevo odes, erranças, naufrágios, bendições,

pertencimentos e quireras de me ser

em poemas.

Talvez por parte de não saber o que tenho

Mais as lágrimas afrocontinentais de minha mãe

Misturada à alma portuguesa

Tudo isso em somas façam de mim um poeta buscador

Da paz - no sextante dentro da forma da poesia

Na âncora do laboratório de me ser

Como uma nau catarineta no meu intimo a dizer:

-Às armas!

-Às Armas!

E então tomo da arma branda canetinha bic amarela

como uma bússola lustral

E risco meus caminhos em águas, paragens, raízes,

ilhas e velas ao vento-coisa

Tentando me encontrar comigo mesmo

Um lusonauta que encara a barra pesada de viver

Nesse cínico e hipócrita mundo cão

Barrabrava

Emergindo-me, levanto-me

Pois a minha alma lusitana grita:

-Às armas!

-Às armas!

E depois que escrevo mundos e fungos, ícaros e ácaros

Ora Pessoa, ora Eça de Queiróz

Ora Saramago ou Bocage

E então descanso da dura batalha de sobreviver

No mar de sargaços da vida

Porque minha terra é minha língua

Minha pátria é minha língua

Minha pátria é o português

E em virtude disso eu sigo, sangro,

singro e dou testemunho de mim

Com os cortantes ventos ancestrais no meu DNA

No meu sangue; no meu suor de sais de Portugal

E nas minhas curtidas lágrimas lusodescendentes

Gritando no surto-circuito de meus fios desencapados

Feito um fado de dizer com o espírito ancestral:

-As armas!

-As Armas!

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Silas Corrêa Leite

Itararé/São Paulo/Brasil

E-mail: poesilas@terra.com.br

www.artistasdeitarare.blogspot.com/

Santa Brígida, Romance Historial, um Clássico Agreste do Jornalista e Escritor HUMBERTO MESQUITA

Breve Resenha Crítica

"Santa Brígida" de Humberto Mesquita, um Belo Romance de Amor e Devoção no Agreste

Humberto Mesquita

Humberto Mesquita tem um currículo vivencial e tanto. Fora de série. Nasceu em Campina Grande, Paraíba, estudou no Liceu Paraibano, em João Pessoa capital. Com 16 anos era repórter esportivo da Rádio Arapuan. Um ano depois era redator na Sport Press e na Rádio Tupi, no Rio. Foi redator da Rádio Bandeirantes de SP. Na TV Excelsior de SP foi chefe de Reportagem do telejornalismo e produtor do programa "Advogado do Diabo", apresentado por Osvaldo Sargentelli. Na famosa "Revista Realidade" escreveu artigos e reportagens principalmente sobre o cangaço. Nos Diários e Emissoras Associados foi diretor de Redação das rádios Tupi e Difusora, e dirigiu o rádio jornalismo, apresentando, na TV, juntamente com Almir Guimarães, o programa "Pinga Fogo". Participou da antológica revista "O Cruzeiro". Na TV Bandeirantes foi chefe de Reportagem dos "Titulares da Notícia" e apresentador do programa de debates "Xeque Mate", além de editor-chefe do SBT - Sistema Brasileiro de Televisão, onde apresentou igualmente o programa "Isto é Brasil". Foi o autor de intrépida pergunta ao ditador Figueiredo que retrucou: "Abro e quem não quiser que eu abra, eu prendo e arrebento". Em 1987 entrevistou Fidel Castro em Cuba.

Só esse breve introdutório de currículo e ainda em resumo, já nos apresenta HUMBERTO MESQUITA como um dos maiores e melhores jornalistas do Brasil de todos os tempos, de têmpera forte, ético, humanista, determinado e turrão em prol da legalidade, da democracia social, da justiça para todos, de uma mídia sarada, da ética para um Brasil em que, a partir do chamado fim das utopias, contesta o cínico estado mínimo neoliberal e suas terceirizações inumanas e o próprio neoescravismo, para que possamos assim pelo menos sonhar um humanismo de resultados de um Brasil de justiça social inclusiva, já que o poder que emana do povo em seu nome deve ser exercido.

Santa Brígida, a obra

Ao visitar Santa Brígida, a cidade onde nasceu e viveu Maria Bonita, companheira de Virgulino Ferreira, o Lampião, o jornalista e repórter de faro fino conheceu o personagem do seu livro, que é um romance num misto de ficção e realidade, e cujo enredo foca a infância e a juventude de Paulo Calixto que viveu na mesma cidade onde o autor morou, no Engenho Gavião, na cidade de Alagoa Grande, Paraíba. O personagem central depois de uma desilusão amorosa de meio e origem, o primeiro amor, torna-se por circunstancias de percursos um caixeiro viajante, e em uma toleima, uma rixa, briga e mata um devedor. A partir disso, consciência pesada, um filho de Deus sem eira nem beira então, errante foge e peregrina pelas áreas pobres de vidas secas e agrestes das matas do Nordeste, tentando se penitenciar de algum modo pelo crime, chegando finalmente (pelas mãos de Deus?) a Santa Brígida, onde é então entendido como um santo, e assim acolhido faz moradia e roçado de permanência com implicações e mudanças. Daí que a história se desenvolve, num novelo que faz do personagem, medida as proporções de levante, meio, e agregados, uma espécie assim de Antonio Conselheiro local, um homem enviado por Deus aos confins de um deus-dará, onde o judas perdeu as alpercatas...

"Santa Brígida", aliás, na opinião do autor, foca o cenário nordestino cheio de contradições. Descreve o cangaço, um movimento que resistiu às forças policiais durante mais de vinte anos e que teve em Lampião sua grande figura. O romance assim tem sob prisma o universo cultural da região nordestina, quando descreve o funcionamento de um engenho de cana de açúcar, onde seu personagem (um mascate) viveu a infância e a juventude, as feiras e a incipiente agricultura da região.

Romance jornalístico? Romance documentário? Entre o romantismo e a realidade, o romance que é em tese uma obra literária que apresenta narrativa em prosa, com fatos criados, inventariados ou relacionados a personagens, que vivem diferentes conflitos ou situações dramáticas, numa sequência de tempo relativamente ampla, portanto, no caso do autor, um romance com algo realista e ainda regional, por assim dizer. Se literatura enquanto manifestação artística funde-se na arte de recriar a realidade a partir da visão de determinado autor, o artista, com base em seus sentimentos, seus pontos de vista e suas técnicas narrativas, Humberto Mesquita criou um livro que aflora um tempo, um povo, um lugar, e deu-nos um clássico contemporâneo de narrativa densa e cativante.

Finalizando, com a qualidade literocultural e o quilate de jornalista de primeiro time, Humberto Mesquita conta com maestria o historial todo, somando ainda uma história de amor impossível, depois a busca em torno de um lugar ao sol, um sinal redentor, e assim a narrativa fluente fica num enfoque gostoso tipo um jeito peculiar de contar causos, entra em ramos do folclore, cai na graça de um milagre e o amor, e suas demandas, desnaturezas, ah o amor, sempre ornando tudo, o amor a terra-mãe, moendas e engenhos, secas e agruras, raiz de todos nós, passando por caminhos, trilhas, amarras, andanças e lonjuras, cisternas e perguntamentos, mais a mão do criador, o real e o numinoso, e termina tudo meio a la Romeu e Julieta tupiniquim só que invertido, sem perfumes nem venenos, quando o amor sempre vence no final, mas não o amor telúrico, mas um amor que nem sempre a ficção ou mesmo a realidade explicam, mas o coração do homem curte, fermenta, enreda, evoca - "almai"-vos uns aos outros, está escrito? - salpica de estrelas, sonhos e lágrimas, corações, mentes e veredas, chãos, e dá nisso: um livro pra gente aguçar sentidos e crer no milagre da vida, no milagre do amor, no milagre do reencontro, já que também na casa da ficção há muitas moradas...

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BOX Santa Brígida, Romance, 2009

Editora Ibrasa, SP

www.ibrasa.com.br

E-mail: ibrasa@ibrasa.com.br

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Silas Correa Leite

Jornalista Comunitário, Professor, Escritor membro da UBE-União Brasileira de Escritores

E-mail: poesilas@terra.com.br - Site: www.artistasdeitarare.blogspot.com/

Autor, entre outros de GUTE GUTE, Barriga Experimental de Repertorio, Romance, Editora Autografia, RJ, 2015

Livro Assustador 'K, O ESCURO DA SEMENTE de Vicente Ferraz Cecim

Pequena Resenha Critica

O "K"(aos) Numinoso da "Literapura"de Vicente Franz Cecim no Livro que já Nasceu Clássico

"K, O Escuro da Semente"

"Viver vale/Um delírio"

Sergio Capparelli, in, De Lírios e

de Pães/(A partir de um provérbio chinês)

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Prólogo: E-mail ao editor:

Olá Nicodemos Sena - Editor da Editora LetraSelvagem

Saudações. Assustado acabei de dar uma passada em transe no livro do CECIM. Que lindeza de loucura! Nunca a leitura é só uma vez só ou inteira nele/dele? Nunca tinha lido nada perto de parecido. Vivendo e levando susto; se eu ler mil vezes o K, conhecerei todo o abecedário neural/trans-espiritual do cara? Benza-Deus como diria minha genitora. Onde já se viu isso? Tentei ir lendo e me desatando os nós das sandálias, mas ainda não foi fácil. Acho que perdi uns parafusos, atiçado e alumbrado... Esse CECIM existe mesmo ou é invenção da letra selvagem na Amazônia-brasilis-Andara? Mando texto anexo com erros e acertos de comentários sobre o baita livro, para vc ver o que acha(...) Perdoe as ligas e anelos e divagancias; pensa que é fácil? E que o K tenha piedade de nós pobres mortais comuns.

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-... o impacto deste livro "K, O ESCURO DA SEMENTE" em mim - como desde antes na aturdida crítica especializada como um todo - e a técnica do contraponto, enquanto na abarcada (e proposital de feitio) dualidade "poesiaprosa", até o assustador jorro neural diferenciado do autor, Vicente Franz Cecim, já consagrado em outras obras espetaculares como único e raro no (seu) gênero que particularmente criou, como fora de série, de onde esplende sua "verborrágica" (aí se juntando verbo e mágica), loucura-lucidez, o já chamado estado "álmico" e o numinoso na mesma rapsódia, e, você, leitor, pego pelas palavras não saca assustadiço do que afinal se resta na leitura inesperada, se mergulha nesse "K" do literato, ou, se assim mesmo, literalmente resta-se também como um "koiso", no "kaos" leitural, ou se só e ainda "bebesorve" da almanau do autor nas escrituras em enlevo, provocadora, incomum porque especial, feito alucilâminas em "prosaverso", em que eu, lendo, também, por assim dizer "enloucresço". Livro que mexe com o leitor é livraço. Como é que pode isso, como é que pode assim? Livro bom é quando o leitor morre no final? Passei perto.

-... você vai, digamos, navega (nave cega a priori), depois, lê-se, vê-se, e capitula, se enleva também atraído, fisgado, abduzido, o que quer que seja a surpresa e o chique do chamamento ulterior. Como pode alguém (no humano), escrever isso, de-assim, desse jeito, assaz, na fuça, tresloucado, literalmente diferente e sem explicação, mas, estupendamente transpolar, multipan-polar, literalmente "literapura", dando com as palavras entrecortadas (e, entre, contadas), fragmentos/entre/vistas, numa vazão como magma entredentes/entrementes, alma limada (lixada?), tirando clarezas de sutilezas, cactos acesos de brutezas; tirando do "spiritual" (arrebatamento?) de si esses mantra em tons e tintas de um surrão interior, como se a nos "almar". Esse Cecim é único no mundo das ideias, das artes, da literatura singular que per/segue? Já antes elogiado por críticos de alto nível, já bem editado, até no exterior consagrado, já em continuação em sua sina sígnica, como uma espécie assim de um livro de Jó, de profecias (e profe-ceias) de Isaias, ou de Salmos contemporâneos e pós-modernos, a escrever sempre e tanto o mesmo livro - o LIVRO DE CECIM - continuando um tomo no outro e no outro, todos os livros um só, todos os livros ele mesmo em seu perene estágio de espírito; estado de semente de mostarda aos quatro ventos, aos sais de si, nas desaceleração de partículas do sal e de açucares de si, neutrinos narrativos, per-furando criações, entre pólens, ácaros, ícaros, troios até (mistura de joio e trigo), em perigritantes (perigos/gritos) a deslavar-se, enlevando-se, deste êxtase que fez e produz o poeta e literato sobre a arte como libertação/levitação. Cecim escreve como quem, ponhamos, se levita?

-... K, O ESCURO DA SERPENTE, segue a trama-tramóia-trauma metafísica da "asaserpente", transcreve o lumiar do encordoamento dos andamentos-continuações, pois a vida e a arte são isso: pesadelos customizados. Ah o adâmico horizonte agônico do ser/ente do devir. No dial quebrado de CECIM, o éter na mente é palavravável com atiço de imaginação? Tudo na sua obra é pura vidamorfose. O alfabeto humano não é humano? O homem é um erro, uma falha, uma falta de? Pois a arte é (precisa ser) o/esse preenchimento de vazios entre penumbras. Alvuras padecem rascunhos, e podem ser ranhuras de erratas elípticas. Os livros de CECIM não são deste mundo? Que mundo? Que desmundo? Ah a vox que clama no deserto dos bárbaros contando do ovo do sono, nessa sodomogomorra que ainda precisa de babeis para coroar o vazio da alma insepulta do Homo sapiens ao Homo demens, e do Homo degradandis ao homo interneticus...

-Considerando (especulando) o "K" da obra que aqui também supostamente pode ser de "Kaos", palavra de origem grega que ocorreu por volta do ano 800 AC com Hesíodo na Grécia antiga, e que era usada pelos gregos significando vasto abismo ou fenda; palavra que também alude ao estado de matéria sem forma e espaço infinito que existia antes do universo ordenado, suposto por visões cosmológico-religiosas, e, finalmente, o sentido mais usual de caos: de desordem, confusão, grande vazio ou grande amplitude, vazio primordial, podendo se pensar sobre que espécie de semente é essa, esse escuro que o autor burilando cria, entoa, evoca, ou que escuro é esse veios de sementes criativas do autor? Aliás, a bem dizer, Cecim não escreve, destila-se, destrincha-se, dilata-se. Quando escreve ao sair de si, entra (encontra) seu Nirvana? Ai de nós! Falando sério, CECIM descobre o inexistente, desdobra a regra formol, e, ao se assentar escriba, escrevendo vivifica a nosotros com seu tear de criação, afrouxa nós em entalhes e preciosidades de literatura esplendente de primeira grandeza lítero-cultural-criacional. Você entra no livro para ler o "romance"(?) de 384 páginas, e começa também a ler as entrelinhas e as linhagens dos desenhos gráficos, estéticos, pseudodispersos, vai entrando pelas beiradas e parágrafos abertos, e depois entra nos casulos de sua plantação de cenas, de cenários seus inventariando incêndios íntimos, e quando se vê não há como rotular, nem como nominar nada, você não se encontra mais, se perde de critérios e normas, nessas cantárias dele de criar o não-ser dizendo, o não-lugar aclareado, os sem nome, sem teias, num enlevo de um ser vertido para o nosso comum dizível, no entendível, no nominável enquanto prosa, enredo, ensaio, romance(?) em prosa poética, destrinche, prosa poética que seja em estrofes deitadas, vertentes e pinceladas de limonódoas, bijutelíricas, aqui e ali dando um susto no leitor que, também, perde-se de si, embarcando nessa canoa atiçada de K para ver e sentir, fluir, ver aflorar também frutos e raízes, e depois ainda (e por incrivel que pareça) não sacar exatamente o que é o ali e quando, arrebatado, sem ter um eixo exato do que é uma coisa e outra, porque, até mesmo na chamada Linha de TAO, o que não é passa a ser, o que já não existe se vê/lê, pois criado é nutrido, e o que se diz pode não ser exatamente quando, e o que se desdiz é ante-facho, arrebatamento, lume e correspondência com o que agrega o todo, formando a obra, em que o autor se dilacerou, plantou, orbitou, entre incensos, detalhes, silêncios, paradigmas, experimentações, pensagens (pensamentos mensagens), e deu a luz (bem isso) a esse livro-continuação, um livraço que já nasce clássico no gênero (que gênero?), livro lume e foz, enquanto assustador de tão rico e nobre, de seu tanto acervo de densidade em competência de zelo experimental (existencial) que seja na própria olaria de sua com-feitura. "K" é isso e muito mais. O que dizer ou tentar isso, depois de sair-se pelo menos alumbrado dessa arca de todas as palavras, todas as somas, todos os riscos e de/lírios de trânsito neural, de marco criacional, até assentar de novo no crível do plano existencial reles e trivial e comum dessa vidinha efêmera, desembarcando então dessa leitura/embarque?

A obra recheada de partituras lítero-poéticas de CECIM, quase um livro-ensaio "sagradoprofano" de bela e feliz e exuberante experimentação audaciosa e com altíssimo (em todos os sentidos) despojo lírico-espiritual-álmico todo próprio dele, feito epifanias de eulogias de gnosticismo laico, por assim dizer. Deus inventou as palavras, o dianho caído inventou os números, e os seres inferiores da casta telúrica deram de inventar a arte ousada para se sentirem cultuadores da criação que há no nominável sem prumo, no risível em sangria desatada, e no finito com aparência de divinus em perigrinanças nessa terra de Andara, Neverland, Pasárgada...

Matizes e iluminuras, derrama e esparramento de oleiro ornando sementes nidificadas, tramando poesia em prosa e contações, com anelos de temáticas em linguística muito bem barulhada e torneada. Tudo ornando livro, páginas e rumo sequencial num tabuleiro que parece labiríntico, e não é, e você segue o curso da trama, indo a navegar sem saber exatamente o que é margem, o que pode ser correnteza, o que tente a ser escoadouro, ou mesmo píer, mas sustentado pelo susto do porte da obra e então se deixa levar como um homem-árvore sendo nutrido, estra/vazando, muito além do simples e comum, seguindo as terras do bem-virá de Andara, como um leitor se escrevivendo e "escrevilendo" na alma de lã de vidro do autor, sem se desnortear das narrativas, ideias que arrebatam, falando, dizendo, feito um estado onírico de se entrar e sair estupefato com a musicalidade das letras do autor. Um reino de fantasias feito de palavras com/pensadas que agrega estrofes como ovelhas num rebanho historial. O fantástico e o inverossímil se apresentam. O inverso também, tudo pendurado nos cipós das implicâncias e reinações. E os paradoxos que se unem? O que pode parecer trevas é luz, o que parece luz é pântano escorregadio, e o que parece difícil é simpleza entre o lírico e o acabamento dele, numa atmosfera de lucidez/espírito/toleima/confeito lustral.

Do livro K e dele o autor CECIM, diz o literato da USP Adelto Gonçalves (In site Pravda/Rússia): "K O escuro da semente é mais um daqueles livros que o autor chama de "visíveis" e reúne na obra imaginária Viagem a Andara o livro invisível, que não escreve e só existe na alusão de um título. É o que o poeta denomina de "literatura-fantasma", em que foge a uma classificação formal, pois não se sabe se se trata de um romance escrito em prosa poética ou de um longo poema em prosa, mas sim de um gênero híbrido, que absorve todos, constituindo um diálogo entre Pai e Filho ou entre irmãos, como Iziel e Azael e Oniro e Orino. É também o seu primeiro livro em iconescritura, pois une imagens e palavras. De difícil leitura e definição, ao menos para aqueles leitores pouco afeitos à poesia menos convencional, o estilo de Cecim lembra a inquietação existencial de Samuel Beckett (1906-1989), Thomas Stearns Eliot (1888-1965), Ezra Pound (1885-1972) e Franz Kafka (1883-1924), passando ainda por Lautréamont (1846-1870), especialmente o de Os Cantos de Maldoror, e Zaratustra (660-583 a.C).

Tudo em CECIM adquire voz própria, rumo único, alma dilacerada ou se reconstituindo/criando seu mundo todo próprio, sua literatura toda única e especial, entre o ser marcado, o feérico, o inusitado, entre esvairados utensílios, criando pomos, pontes, tomos, diálogos, parágrafos, ramas e floresteiros, feito tudo em K, O Escuro da Semente, um achado, um achadouro. Com o suprassumo de sua alma, o autor escreve os sutras quânticos de uma obra que ao mesmo tempo que tem suas epístolas, tem suas respirações visionárias, sua drenagem de insurreição, sua peregrinação em sumulas, "nuvensfronteiras" se abrindo, sinfonias de letramentos jugulares. Leiam o livro, mergulhem nele, e nunca mais caiam em si, nunca mais caibam em si, nunca mais respeitem sextantes ou areias movediças. O tal do "céuterra" é dentro dos nós das cinzas de nós? A "Alma/zonia" é ele, dele, e em nele se reproduz em livros, assim como livrações mesmo, até nesse "serdespanto" em que afinal nos restamos todos com o que nos nutrimos de ler Vicente Franz Cecim.

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Silas Corrêa Leite - Professor, Jornalista Comunitário e Conselheiro em Direitos Humanos. Ciberpoeta e blogueiro premiado, escritor membro da UBE-União Brasileira de Escritores, Autor entre outros de GUTE-GUTE, Barriga Experimental de Repertório, romance, Editora Autografia, RJ.

BOX:

K, O ESCURO DA SEMENTE

Vicente Franz Cecim, Editora LetraSelvagem, 2016 - Coleção Sabedoria - www.letraselvagem.com.br - E-mail: letraselvagem@letraselvagem.com.br

Véspera de Lua, Um Belo Romance Feminista de Rosangela Vieira Rocha

Breve Resenha Critica:

O Romance "Véspera de Lua " de Rosangela Vieira Rocha Traz a Prosa da Alma Feminina em Bela Literatura de Sangria Desatada

"Continue a viver em brilho//Continue vivendo//Sua hora chegou para brilhar//Todos os seus sonhos estão a caminho//Veja como eles brilham//E se você precisar de um amigo//Eu estarei logo atrás//Como uma ponte sobre águas revoltas//Eu acalmarei sua mente//Como uma ponte sobre águas revoltas// - Bridge Over Troubled Water, Compositor Paul Simon.

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-Enquanto afoito persegui-me a ler sem querer parar, o belíssimo romance VÉSPERA DE LUA de Rosangela Vieira Rocha, veio-me a mente - perdão leitores - o suicídio de Sylvia Plath, e concomitantemente - ah a louca mente humana - a mãe de Elvis Presley, e para a qual ele cantava chorando, "Bridge Over Troubled Water", composição de Paul Simon, antes mesmo de ser o astro do rock que ao morrer iria constar em Memphis intitulado então na Igreja Assembleia de Deus de Elvis Presley, na cidade onde nasceu. Tudo junto e misturado, não sei como e com que feitio, mas, perdoem, foi o li/senti/vivi/captei, juntando os cacos, na soma da leitura. Somas de entressumos e perguntamentos, ou quireras de entrelinhas da leitura embonitada e tocante, fluente?

Adoro cantoras de blues e jazz. Que cantam rasgos da alma e adotam cactos no espírito. Adoro as ins-piradas poetas russas, e, ultimamente, coincidência ou não, ando lendo escritoras mulheres (se mulher que lê vale ouro, imagine então as que escrevem?), eu, um bendito fruto, criado entre elas, fruto de uma matriarca mulher-bandeira, nesse mundo machista em que certamente desde a idade das cavernas elas foram dizimadas em seus sonhos e desejos, passando pela cruel idade média, pela hedionda inquisição nefasta de credos suspeitos e dogmas parasitas, acho que até muito mais sofreram do que negros e os índios, porque o garrão sobre elas nesse mundo insano é ainda maior, e a violência camufla seus prazeres e detona a esperança de liberdade nua e crua, dentro da própria da dignidade humana dentro do que deveria ser realmente o humanus da civilização tropeçando em babas de uma ignóbil violência e em cornos de total insensibilidade a respeito.

"A morte deve ser assim, sem palavras diz a narradora". Mas, paradoxalmente é a vida que arrebenta os seus favos, gomos e núcleos de abandonos no que de lavra na sarada escrita que permeia a obra. Prosa poética cativante como se uma vazão de contracorrente espremida, vindo de um aparelhamento intimo aqui e ali desbaratado, desbaratinado, mas ainda e por isso mesmo sedutor. A véspera de uma lua-vida. Feminina-mente, o próprio "corpo da dor" não estrebuchada, mas lançada na narrativa como um corte-cerzir certo nas palavras escritas com a cor do pecado e o sabor de quero mais.

Cólicas menstruais e zonas de desconfortos. A narrativa feito uma indelével (por assim dizer) sangria desatada. Comungando-se, alma nau, flor fêmea. De veludo. Quiabo com beija-flores não dá um prato de se cuspir veredas. O Buscopan letral, e seus efeitos colaterais, bulas a parte. Ah a tábua de carne dessas mulheres loucas, libertárias, sexualmente potentes, prontas para o bom combate que a tudo seduz e corrompe e rotula: borboletas negras existem? Memórias-godê? Aliás, brinco de dizer falando sério (Charles Chaplin) que na TPM converso com minha esposa-musa de mulher para mulher.

O hormônio é divino ou diabólico? Ai de nós. Diria Sylvia Plath: "Dentro de mim mora um grito.// De noite, ele sai com suas garras, à caça// De algo pra amar". Ou como diria Marina Tsvetaeva "Não roubarás minha cor// Vermelha, de rio que estua.// Sou recusa: és caçador.// Persegues: eu sou a fuga.//" Para concluir afinal a lembrança do que diz Bella Akhátovna Akhmadúlina: "A chuva açoita meu rosto, meus ombros//a tempestade ronca e vem aí//Cai sobre mim, a carne, a alma//como a tormenta sobre a nau se abate.//Não quero, não quero mesmo saber//o que me acontecerá depois - //se serei esmagada pela dor ou se jogada contra a felicidade". Rosangela Vieira Rocha trabalha essa prosa-lâmina, essa prosa-dor, essa prosa-rio como se escavando na própria pele o sentir e o pensar sobre esse amor que deve dizer o nome, de sua própria cruz e veio. Do sangue viemos, ao sangue voltaremos. Lágrimas de percursos, e sins e nãos, e sais no contexto existencial. E lágrimas, sofrências, menstruações, partos e lonjuras, enjoos e cheganças.

"Despreza os meios-tons, precisa ir ao fundo(...) até encontrar o deserto(...)". Bravo! Há poesia na escureza dos cedros que se empinam apontados para a clareza de todos os sentidos, na alma dos amantes, nos copos de leite cheios de implicâncias, cacos de espelhos, rasgos de véus, conjeturas e aceitações. A vaidade é uma boneca cobiçada. A sexualidade é pólvora procurando rastilho para se encontrar em fogo de amor puro enquanto dócil e frugal. Ah a solidão-albatroz, a solidão-palhaço, a solidão-Cibalena da mulher fêmea, lua e estrela, coração e mente atiçando propriedades de natureza intima, almas de crochê. A salvação dessas amantes é a destruição do preconceito. Sair do quadrado, da casinha, no caso da personagem, sair, por assim dizer, de uma espécie de coifa. Escrita-mulher, o gozo apalavrado no letral bem lustral, o corpo livro, e alma aberta acima e sobre todas as coisas se dizendo única, talentosa, livre, feito pássara-flor.

A Penalux caprichou na edição, até porque por isso mesmo também a premiada escritora e professora universitária (e jornalista e advogada) caprichou no enfoque, na narrativa, na expiação de suas perguntas, nos prismas, conflitos e angus de caroço, quando com esmero se deu como corpo-vida ao seu talento literocultural feminino nesse corpo livro que sai do lugar comum, e se assoma gostoso e cativante como um roteiro de filme, uma balada, uma esperança urdida de ser feliz em todas as formas de amor.

-0- Silas Corrêa Leite - E-mail: poesilas@terra.com.br - www.artistasdeitarare.blogspot.com

Silas Correa Leite lança novo romance diferenciado, CAVALOS SELVAGENS de novo polêmico e assustador

Lançamento

Cavalos Selvagens, o novo romance de Silas Corrêa Leite, de novo surpreende, cativa, emociona.

“...quem somos nós, autointitulados humanos, senão meros cavalos passando de mão em mão e servindo como veículos para que a vida possa escorrer por meio de nossas existências? – Roberto Damatta

-Como em seus outros diferenciados romances anteriores, o polímata Silas Corrêa Leite de novo se supera. Seu novo livro, bancado pela LetraSelvagem (SP) e Kotter (PR) - Editoras que inauguram parceria de coedição - começa como se em um thriller desesperado e assustador, já iniciando a própria dicotomia que funda a obra como um todo, feições entre a vida morrendo e a morte nascendo, nesses entremeios o medo, o desespero, revisitanças, mais doces e amargas memórias, passagens de vidas a limpo, a corrida contra o tempo, desvãos de almas, tudo isso partindo de uma doença fatal, da capital, para o interior, mais precisamente Itararé, sudoeste do Estado de São Paulo, divisa com o noroeste do Paraná, e ali finca-se o palco do romance em que o cavalo selvagem pode ser apenas uma metáfora de tudo o que somos, como em Hamlets, carnicentos e afins. Diz o rock Cavalos Selvagens “A infância é algo fácil de viver(...)/Você sabe que não posso deixar você deslizar pelas minhas mãos(...)/Cavalos selvagens não conseguiriam me levar embora(...)/Eu assisti você sofrer uma dor lancinante(...)/Nenhuma saída ligeira ou falas nos bastidores(...)/Podem me fazer sentir amargurado ou lhe tratar com grosseria - Wild Horses, (Composição de Keith Richards / Mick Jagger).

O livro em si, como se sob o foco dessa música, quando o autor, mais dez anos atrás escreveu esse romance que, como todas as obras dele, partem de um situação inusitada, crucial, quando não fatal, para o desenvolver do enredo como um devaneio de jorros neurais criando em disparada; como em Cavalos Selvagens romance que, mais uma vez, revela o escritor, blogueiro, professor e escritor premiado, surpreendendo pelo estilo, também ele mesmo um cavalo selvagem, nessa manada contemporânea de idiotas entre hordas fascistas em tantos estábulos de uma manada alienada. Nesse romance meio macunaímico pelas reviravoltas, narrativas sobre uma vida que vai findar, uma vida que acaba de nascer, e nesse prisma Silas Corrêa Leite focaliza o fio da trama, e vai tecendo rumos romance a dentro, o local ermo, a vida se esvaindo, o sangue de seu sangue que brota no rancho ermo sem recursos, uma charneca, e o personagem principal, um executivo sedentário que nem sabe fritar um ovo ou lavar um lenço, tem que cuidar de um recém-nascido, perseverar e preservar a vida do único remanescente de seu clã na face da terra, condenado que está. Como não se perturbar lendo, como não acompanhar a arte do escritor, ora a galope nas circunstancias terríveis e terminais, ora amansando a fera do momento, como parte do rebanho. No prefácio, o reconhecido literato, Joaquim Maria Botelho (ex-diretor da UBE-União Brasileira de Escritores) já bota água na fervura, bota fogo no chão, e apresenta o livro e o escritor dizendo, entre outras coisas: “O texto de Silas Corrêa Leite não é texto de quem vai à esquina, comprar fósforos para acender o candeeiro, com tempo, antes que escureça. É texto de quem vai longe, num andamento agalopado, meio frenético até, levar uma notícia que não pode esperar. Nessa corrida, é como se o exagero de ar batendo na cara da gente sufocasse, de tanto pensamento, de tanta reflexão, de tanta posição tomada. O leitor é o cavaleiro, no lombo dessa narrativa de aparente atropelo(...). No caminho, a cavalgada solitária leva a meditações e faz a realidade transitar para o sobrenatural. E surgem as assombrações, os medos atávicos que nos perseguem desde as cavernas mal iluminadas, antes da invenção do fósforo e do candeeiro. E lá se vai o mensageiro, metido em suposições e mistérios”. Prepare-se: você vai entrar nesse livro, ou, nessa baia, por assim dizer, e se sentir sobre o cabresto da leitura e o pelego das contações, talvez também se revelando um cavalo garraio se olhando no espelho da espécie, nas aparências que ficam, que foram, que virão. CAVALOS SELVAGENS é isso: um romance para você montar nele e curtir a narrativa, pois a “vidamorte” mesmo pode ser só isso, uma corrida contra o tempo, contra o tal final feliz em que todos morrem, já que o que o maior desfecho pode ser um páreo duro de saber, mas bonito de se ler e se situar, se sentido parte do cocho que, afinal, pode ser isso que rotulam de existir. Temos, dessa forma, num romance ultra contemporâneo e pós-moderno, drama e suspense reunidos em um só livro... quando a morte é o grande eixo da trama, talvez seja melhor desmontar da pose e pegar gosto na cavalgada da leitura.

Clarice Lispector disse: “O mistério do destino humano é que somos fatais, mas temos a liberdade de cumprir ou não o nosso fatal: de nós depende realizarmos o nosso destino fatal. Enquanto que os seres inumanos, como a barata, realizam o próprio ciclo completo, sem nunca errar porque eles não escolhem. Mas de mim depende eu vir livremente a ser o que fatalmente sou. Sou dona de minha fatalidade e, se eu decidir não cumpri-la, ficarei fora de minha natureza especificamente viva. Mas se eu cumprir meu núcleo neutro e vivo, então, dentro de minha espécie, estarei sendo especificamente humana. (in, “A paixão segundo GH”)

Eis o romance CAVALOS SELVAGENS, eis a fatalidade romanceada entre a ração, a razão e o chicote da vida abrindo veredas, trilhas, iluminuras, vertentes e histórias cavalares.

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BOX:

Link para compra e informações sobre o autor e o livro:

 https://kotter.com.br/loja/cavalos-selvagens-silas-correa-leite/

Kotter Editorial

Rua das Cerejeiras, 194 – Curitiba, Pr

Telefone: 55 (41) 3585-5161

Email: contato@kotter.co

Autor: poesilas@terra.com.br

Pedidos de livros também podem ser feitos pelo e-mail: atendimento@kotter.com.br

Cantata a Terra-Mãe Portugal

Cantata a Terra-Mãe Ancestral

"Ah que saudades que tenho

Da aurora de minha vida... "

(Casimiro de Abreu)

Dedicada ao Amiguermão de Portugal, Frassino Machado

Ah Portugal quando eu te vejo

Num fado, numa foto, num realejo

Sinto-te em meu íntimo fulgurar

Uma casa no rochedo, sobre o mar

E ali se aninha um marinheiro

Que no passado fui em causa tua

Onde tinha boêmios no terreiro

À luz de lampiões, clarão da lua

Mas minhá alma migrou um dia

Na portabilidade, um corpo que

Ainda a terra-mãe de ti havia

Que o espírito em plagas longe lê

E sou de Portugal, este menino

Plantado às barrancas do Paraná

No arquivo neural ressoa um sino

Com lágrimas que trouxe de lá

Ah Portugal, há uma saudade

De uma outra vida, outra condição

Que noite a dentro de mim há-de

Ser o teu céu, nau e constelação

Pois sou Portugal, aqui no peito

De Bocage, Camões ou de Pessoa

E vou te levando; como te enfeito

De uma lembrança-luz que abençoa

Ah Portugal distante e em mim

Um lusonauta que, em Itararé

Ainda viça um cheiro de alecrim

Por tua honra, tua glória e fé...

E sendo um caminheiro, Portugal

Levo-te comigo por onde for

Porque és encantário, és ninhal

Terás de mim sempre imenso amor!

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Silas Correa Leite, Santa Itararé das Artes, São Paulo, Brasil

Patriarca descendente de Cristãos Novos oriundos de Ilha da Madeira Portugal

E-mail: poesilas@terra.com.br - Blogue: www.portas-lapsos.zip.net

Autor de O HOMEM QUE VIROU CERVEJA, Crônicas Hilárias de Um Poeta Boêmio, Giz Editorial, São Paulo, no prelo, Prêmio Valdeck Almeida de Jesus, Salvador, Bahia, 2009

Romance GUTE GUTE, Barriga Experimental de Repertório de Silas Correa Leite

BARRIGA EXPERIMENTAL DE REPERTORIO, Romance - Silas Corrêa Leite

Nesses tempos pós-modernos em que a criança sai do ventre da mãe para a piscina, em que a ciência já descobriu que crianças aprendem e evoluem desde a barriga-mestra da grávida, e se um casal de Ph.Ds. tivesse um bebê superdotado e com QI elevado desde a concepção, se pudesse falar, precisasse, e se encontrasse outras crianças de igual qualidade evolutiva para trocas, o diálogo, com quem pudesse conversar, dizer a que virá, o que vai ser quando nascer, a partir das apreendências desde o entorno e contexto umbilical? Qual o repertório dessa visão, dessas conversas, entorno e pré-nascer? BARRIGA EXPERIMENTAL DE REPERTÓRIO é a voz da criança que não há, dizendo a que virá, sempre a partir da barriga-mundo-Mãe. Autor: Silas Correa Leite - E-mail: poesilas@terra.com.br

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No ventre de uma mãe havia dois bebês. Um perguntou ao outro: "Vc acredita em vida após o parto?" O outro respondeu: "É claro. Tem que haver algo após o parto. Talvez nós estejamos aqui para nos preparar para o que virá mais tarde." "Bobagem", disse o primeiro. "Não há vida após o parto. Que tipo de vida seria esta?" O segundo disse: "Eu não sei, mas haverá mais luz do que aqui. Talvez nós poderemos andar com as nossas próprias pernas e comer com nossas bocas. Talvez teremos outros sentidos que não podemos entender agora." O primeiro retrucou: "Isto é um absurdo. Andar é impossível. E comer com a boca!? Ridículo! O cordão umbilical nos fornece nutrição e tudo o mais de que precisamos. O cordão umbilical é muito curto. A vida após o parto está fora de cogitação." O segundo insistiu: "Bem, eu acho que há alguma coisa e talvez seja diferente do que é aqui. Talvez a gente não vá mais precisar deste tubo físico." O primeiro contestou: "Bobagem, e além disso, se há realmente vida após o parto, então, por que ninguém jamais voltou de lá? O parto é o fim da vida e no pós-parto não há nada além de escuridão, silêncio e esquecimento. Ele não nos levará a lugar nenhum." "Bem, eu não sei", disse o segundo, " mas certamente vamos encontrar a Mamãe e ela vai cuidar de nós." O primeiro respondeu: " Mamãe, vc realmente acredita em Mamãe? Isto é ridículo. Se a Mamãe existe, então, onde ela está agora?" O segundo disse: "Ela está ao nosso redor. Estamos cercados por ela. Nós somos dela. É nela que vivemos. Sem ela este mundo não seria e não poderia existir." Disse o primeiro:" Bem, eu não posso vê-la, então, é lógico que ela não existe." Ao que o segundo respondeu: " Às vezes, quando vc está em silêncio, se vc se concentrar e realmente ouvir, vc poderá perceber a presença dela e ouvir sua voz amorosa lá de cima." Este foi o modo pelo qual um escritor húngaro explicou a existência de Deus.

O romance GUTE GUTE Barriga Experimental de Repertório, de Silas Corrêa Leite, Editora AUTOGRAFIA, Rio de Janeiro, conta mais, muito mais.

http://www.autografia.com.br/

ROMANCE GOTO de Silas Correa Leite

GOTO, Romance, A Lenda do Reino do Barqueiro Noturno do Rio Itararé, de Silas Correa Leite, membro da UBE-União Brasileira de Escritores

Resumo de Três Resenhas Sobre o livro Publicadas na web

1

Numa ótima narrativa bem situada territorialmente e em tessitura de prosa poética, personagens que vão se revelando em aspectos psicológicos e formadores aos poucos, o autor, na parte inicial apresenta o palco iluminado do circo historial todo do território-rio, beiras e margens, pântanos e brumas. E o personagem principal, Ari, que se autonomina Goto, vai contando histórias que colhe dos passageiros do rio e suas travessias, causos que não são desse mundo; e de passageiros navegantes de outras margens, almas penadas, de outras dimensões. Causo por causo, história por "estória", papos de bar, do passado, presente e futuro, como se ali fosse uma transversal do tempo, uma encruzilhada-rio, e assim o menino deficiente físico faz do remo a sua muleta, ou de sua muleta de aleijado o remo, em que, com seu andar de segura peido, seu calcanhar de frigideira, vai saltando pocinhas-histórias, voando nos remos, nas asas do rio, na sua própria imaginação-rio. Passageiros que já estiveram aqui, e o menino-navegador que tem o dom também espiritual-fantástico de fazer as pessoas contarem tudo para ele, começa a trazer moedas de outras paragens, de outros tempos, de épocas de Debret e Saint Hilaire no Brasil e na região de Itararé, que você não sabe qual é o rio e qual o personagem principal, mas vai, evoca, se aprofunda nas correntezas, mas sabe o rio criativo que o autor pincela no romance, cantando sua terra, seu rio que é o mais belo rio que corre por sua aldeia, seu Tejo tropical, particular e infinitamente lírico e, no caso, enlivrado em grande proporção no livro. O guri-ribeirinho, com suas mãos de pardal, suas mãos de água e sua alma-rio, adoece e vem visitas do tempo do imperador, de escravos a bandas de circos franceses antigos (almas de antigos naufrágios?), quando começa a colecionar moedas de gorjetas de uma outra época, como se achasse uma ponte de ouro no fim do arco-íris. E vai por aí o romance em sua narrativa que cativa, abduz, como se o atiçado leitor também tivesse nos finca pés da Canoa Faísca de Aladim, inventariando também as mil e umas noites do menino feito um Goto-Sherazade. - Lucia Camargo Mariano, in:

http://www.overmundo.com.br/overblog/goto-o-novo-romance-de-silas-correa-leite

2

O menino atiçado, sensível - sensitivo? - começa a baldear além de passageiros comuns a passageiros estranhos, e também começa ganhar mais do que o pai que é barqueiro durante o dia, e acontecem coisas inexplicáveis, surreais, fantásticas, além do Goto, personagem principal do rio, sempre vir, ao raiar de cada manhã com um causo pra lá de interessante, do tipo história que povo conta, numa narração cênica, uma história pra contar pros velhos curiosos e sua plateia naquele ermo rural. Os causos no começo são uma espécie assim de cinema mental dos velhos, depois começam a acontecer coisas, o menino parece conhecer a alma do rio, a alma da canoa, a alma da noite, a alma do lugar, aqueles cafundós. Chega a um termo em que, os causos não se sabe se são do passado, do presente, do futuro, e se ele estaria transportando além de passageiros notívagos, talvez, também almas penadas encalhadas nos desvãos de outros desmundos, que veem no moço sensível, solícito e puro uma espécie de abridor de corações, destinos, mentes e vidas passadas, e deitam falatório enquanto ele ganha o rio levando a trazendo gente e não gente. Nessas contações, cada dia um causo, Goto começa a reavaliar a vida, a sondar e criticar os pais, entrando na fase da adolescência e logo ficando jovem, mesmo aleijado, o remo do barco sendo sua muleta, nos finca-pés da canoa meio encantada tece sua vida, sua fuga, sua alma-rio. Uma espécie de terceira margem do rio Itararé com um sentido historial. A alma do Goto é exposta, seu sistemático e implicante pai com mão de pardal, sua mãe humilde que adora o filho doente - achando que ele é louco - que fala só por versinhos pueris, e a canoa-imaginação vai singrando profundezas de momentos, almas, situações de conflitos. História com densidade narrativa, o estilo todo próprio do autor elaborando um clássico que a obra se tornou, a sintaxe peculiar apontando cargas de profundidade, neologismos, palavras recuperadas, situações clarificadas, pertinências e entornos, e mesmo a visita do outro lado do mundo de soldados do imperador, escravos nus, dando tons bonitos ao encorpamento da tessitura do livro. - Antonio T. Gonçalves, in:

http://www.midiaindependente.org/pt/red/2013/09/524832.shtml

3

A bela e bucólica cidade histórica de Itararé, claro, santa estância boêmia das artes, aqui, literatura itarareense em seu melhor estilo, a Terra do Nunca feito palco iluminado do autor. No livro, o escritor desfila o bufão do personagem ribeirinho, o menino GOTO, num barco também meio encantado chamado Faísca de Aladim, em que o personagem principal leva e traz passageiros noturnos, cruzando de margem a margem as guirlandas espumosas do rio Itararé, do lado de São Paulo, ermo da periferia rural do município de Itararé, até Bom Jesus da Versalhada, nordeste do Paraná. A leitura da obra, uma viagem. Esse rio... esse barco... esse menino deficiente físico... E os causos hilários, as loucas contações, risadorias por atacado e implicações; falas bizarras (língua bastarda?), tudo acontecendo de acontecer para assim também extrapolar a vazão do rio de divisa de estados, e a imaginação espeloteada (e estrambólica) do navegante com seus dons, falácias, sua inspiração, sua doce e questionadora espiritualidade purgando umidades, estrelas e mesmo a hileia verde do habitat que o protege entre jaós, andorinhas, acrobáticos peixes salteadores e acontecências que não são desse mundo, não estão no gibi. Ah o Goto que meio criança e meio jovem, inocente, puro e besta, viaja na batatinha, na maionese, com seu lado sentidor, pensador, inquiridor, loquaz, já que fala pelos cotovelos, e que tem o dom de arrancar das pessoas tudo o que delas houve em vidas, acertos, errações e problemas. E as margens que oprime o rio, ora bruma, ora cerração, ora turvações propositais. Quem viaja nesse barco-livro é o leitor cativado também, pois o livro-canoa arrebata e leva, numa fruição náutica, narrativa fluvial em prosa que é cativante, sedutora, engraçada e lítero-culturalmente rica, entre causos pra boi dormir, entre remos, barrancos e desconcertezas paraexistenciais, a natureza e sua fauna e flora, mais a atiçada alma humana juvenil levitando, clarificando, sendo arrebatada pelo que ouve, capta, sente, mais o que aprofunda a natureza épica do romance. Na canoa ele pode andar, pelo menos; nos causos ele pode sair de si, voar, ditar os enfoques, gestos, sonoridades, tons e timbres. O pior lugar, lá, qualquer lá, é em si mesmo? O que é verdade, o que é mentira, o que é invenção transgressora e libertária, feito um rebelde de muletas, na terceira margem do rio Itararé? O Goto, a Faísca de Aladim, ou os rios causos navegados e navegantes, até navegadores? - Maria da Gloria L. M. Aranha, in:

http://www.partes.com.br/2013/10/20/goto-o-novo-romance-de-silas-correa-leite/

Contatos com o autor:

poesilas@terra.com.br

o    Cyber Poeta Silas Correa
Leite, tachado Pelo Site Capitu de “O Neomaldito da Web”

o   

Breve Historial Bio-Bibliográfico

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-O atual literato e Cyber Poeta, Silas Correa Leite, na verdade nasceu no
bairro operário de Harmonia, na cidade de Monte Alegre, Paraná, região de
Tibagi. No entanto, a partir dos seis meses de idade, foi criado em Itararé,
São Paulo, cidade de divisa com o Paraná, terra de seus pais, que tiveram que
fugir do colonião do Paraná porque tinham loteamentos (Lotes das Cem Casas) na
área rural chamada Cidade Nova, adjunta a Monte Alegre, e foram perseguidos por
grileiros, bandidos e jagunços do político corrupto chamado Lupion, então
governador do Paraná. Por incrível que pareça, a área regional toda depois
estranhamente mudou de nome, sendo chamada de Telêmaco Borba, nome também de um
político jagunço e bandido ligado a corruptos da região.

o   


-O pai de Silas Correa Leite, Maestro Antenor Correa Leite, hoje nome de rua em
Itararé, é dessa cidade histórica (um dos primeiros a nascer na cidade na Era
de 1900), e quando jovem foi o primeiro acendedor de lampiões de gás de
Itararé. Em Itararé, de família rica que ficou pobre, Silas, guri de
pé-vermelho, estudou no Grupo Escolar Tomé Teixeira, quando foi alfabetizado e
descoberto também aos 8 anos como “Poetinha” pela primeira professora, Jocelina
Stachoviach de Oliveira. Silas terminou o curso primário, e, para ajudar a
família e o pai doente, parou de estudar e foi trabalhar de engraxate a
boia-fria, de vendedor de dolé de groselha preta a caldo de cana, de pipoca a
algodão doce, de garçom a aprendiz de marcenaria. Aos 16 anos, precocemente
estreava como colunista-colaborador do semanário jornal O Guarani, de Itararé,
também fazia imitações de artistas da Jovem Guarda em shows de prata da casa, e
tinha sido aprovado num concurso para locutor na Rádio Clube de Itararé.

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-Em 1970, só com o curso primário, Silas migrou para São Paulo, capital, em
busca de melhores condições de trabalhos e estudos. Levava na bagagem algumas
poucas roupas, muitos sonhos e vários cadernos de rascunhos poéticos que hoje
passam de mil e foram reportagem no programa Metrópolis da TV Cultura de São
Paulo. Na capital de inicio morou em cortiços, em pensões, dormiu na rua,
passou fome, até voltar a estudar, sempre escrevendo para os jornais de
Itararé, com os quais colabora até hoje, faz mais de 40 anos. Terminou os
estudos fundamentais e médios no Liceu Coração de Jesus, fez Direito, trabalhou
anos na área, na empresa ABE-Assessoria Brasileira de Empresas, até ir
trabalhar como assessor do Secretário Municipal de Educação da capital,
jornalista Paulo Zing, compondo equipe para ajudar a implantar informática no
ensino público da capital, quando fez Geografia e vários cursos de extensões a
especializações, tornando-se especialista em educação e se efetivando no ensino
público municipal e estadual. Filiado à API-Associação Paulista de Imprensa,
também se associou à UBE-União Brasileira de Escritores, ganhando alguns
prêmios de renome, representando Itararé no Mapa Cultural Paulista, vencedor
entre outros concursos do Primeiro Salão Nacional de Causos de Pescadores
(USP/Parceiros do Tietê/Rádio Eldorado/Estadão/Jornal da Tarde), premiado
também nos concursos Lygia Fagundes Telles Para Professor Escritor, Prêmio de
Poesia Biblioteca Mario de Andrade, SP (Gestão Marilena Chauí), Prêmio Literal
de Contos (Petrobrás), RJ, Curadoria Ana Buarque de Holanda, Premio Ignácio
Loyola Brandão de Contos, Prêmio Paulo Leminski de Contos (Unioeste-PR), Prêmio
Fundação Cultural de Canoas, entre outros, e ainda no exterior, o Prêmio
Microcontos Fantásticos Simetria, Portugal, e Prêmio Cancioneiro
Infantojuvenil, Instituto Piaget, Lisboa, Portugal, passando também a constar
em inúmeras antologias literárias em verso e prosa, inclusive no exterior, como
Estados Unidos, Portugal e Itália, além de incluído como Poeta Contemporâneo na
Revista Poesia Sempre, Ano 2000, 500 Anos de Descobrimento do Brasil, Fundação
Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro.

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Silas Correa Leite lançou depois os seguintes livros:

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-Ruínas & Iluminuras, conjunto de poemas, (Prêmio Elos Clube/Comunidade
Lusíada Internacional)

-Trilhas & Iluminuras (libreto), Coleção Prata Nova, Editora Grafite, RS

-Porta-Lapsos, Poemas, Editora All-Print, SP

-Campo de Trigo Com Corvos, Contos Premiados, Editora Design, SC, classificado
para a final do Prêmio Telecom de Portugal

-Os Picaretas do Brasil Real (libreto), Cantigas de Escárnio e Maldizer (Série
Leia e Passe Adiante) Editora Thesaurus, Brasília, DF

-O Homem Que Virou Cerveja, Crônicas Hilárias de Um Poeta Boêmio, Editora
Primus/Giz Editorial, SP/Premio Valdeck Almeida de Jesus, Salvador, Bahia

-ELE Está No Meio de Nós, e-book, Romance Místico virtual, Hot-Book Editora,
RJ, disponível no site www.recantodasletras.com.br

-E-book de sucesso, O RINOCERONTE DE CLARICE, pioneiro, de vanguarda e único no
gênero, primeiro livro interativo da rede mundial de computadores, Editora
Hot-Book, RJ. Obra composta de onze contos fantásticos, cada ficção com três
finais, um final feliz, um final de tragédia e um terceiro final politicamente
incorreto, quando o leitor também poderia escrever um seu final para cada
história. Livro campeão de downloads, referencial como livro virtual na web,
destaque na imprensa como Estadão, Folha de São Paulo, Jornal da Tarde, Correio
do Brasil, JBonline, Poetry Magazine, Diário Popular, Revista da Web, Revista
Cultura Sinpro, Minha Revista, Revista Época, e reportagem na mídia televisiva
como Rede Band, Programa Momento Cultural/Jornal da Noite (Márcia Peltier),
Programas Metrópolis e Provocações (Antonio Abujamra) TV Cultura de São Paulo,
Rede Brasil, Rede Vida, Canal 21 (Programa Na Berlinda), Programa Imprensa e
Cultura, Canal Universitário. A obra ainda foi indicada como leitura
obrigatória na matéria Linguagem Virtual, no Mestrado de Ciência da Linguagem,
na UNIC-Sul, Santa Catarina, tese de mestrado na Universidade de Brasília e
tese de doutorado na UFAL.

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-Recentemente lançado: E-book Infanto-juvenil, “Gute Gute, BARRIGA EXPERIMENTAL
DE REPERTÓRIO, ainda disponível como livro free no link: http://pt.calameo.com/read/0016106757767c03d1375



-No prelo: DESVAIRADOS INUTENSILIOS, Poemas, Editora Multifoco, Rio de Janeiro.

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-A sair: “DESJARDIM, Muito Além do Farol do Fim do Mundo”, Romance, Editora
All-Print, SP

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-“CAVALOS SELVAGENS”, Romance, aprovado pela Editora LetraSelvagem, Coleção
Gente Pobre, Editor Nicodemos Sena.

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O Cyber Poeta Silas Correa Leite está em todas as redes sociais, em mais de 800
links de sites, inclusive em Portugal, na Argentina, nos EUA, na Itália e em
Moçambique, África, etc. Está no Facebook, Orkut, Twitter, com seus
‘pensadilhos’ (pensamentos trocadilhos) e ‘pensagens’ (pensamentos mensagens)
escrevendo seus twitter-poemas, twitter-contos, as tiradas irônico-filosóficas
como as conhecidas e hilárias “Silas e suas ‘siladas”, tendo outras obras
inéditas, de romances a ensaios sobre educação, de novelas a depoimentos sobre
os tenebrosos tempos de chumbo da funesta ditadura militar incompetente e
corrupta, fazendo ainda criticas, resenhas literárias, microcontos e outros
trabalhos literários de vanguarda, além de criticar o cínico estado mínimo do
neoliberalismo incompetente e corrupto que viça em Sampa/Samparaguai, o
Estado-Máfia, com suas impunes privatarias e seus news richs das
privatizações-roubos; as riquezas impunes, os lucros injustos, as propriedades
roubos, o neoescravismo da terceirização, a impunidade generalizada, a
violência do quinto poder, e o dezelo público de muito ouro e pouco pão na
desvairada pauliceia de uma abandonada periferia sociedade anônima.

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Quanto à sua batalhadora vida particular, feito um eterno guri que amava os
Beatles e Tonico e Tinoco (o cyber poeta diz que sua infância é o seu melhor
tesouro), Silas Correa Leite tem união estável por quase 30 anos com a doce
Musa, admirável Companheira e Professora Rosangela Silva. Cervejólogo, ledor
voraz, foi bolsista pesquisador em Culturas Juvenis da FAPESP/USP-Universidade
de São Paulo, alega que gosta mais de ler do que de respirar; de que gosta mais
de escrever do que de existir, adora seus amigos sonhadores de utopias e
boêmios de SP, seus milhares de seguidores da internet e mesmo companheiros da
Estância Boêmia de Santa Itararé das Artes, Cidade Poema, da qual é autor do
oficial “Hino ao Itarareense”, tendo sido homenageado com o título de Cidadão
Itarareense e com a exposição “Imagens & Palavras” sobre seu trabalho
artístico-lítero-cultural no Centenário de Itararé. Para ler o Cyber Poeta
Silas Correa Leite em todos os seus variados, polêmicos e diferenciados
trabalhos e estilos, basta procurar pelo seu nome num site buscador como o
Google, e vai achar, além de textos, imagens, vários links no YouTube. Com sua
poética da tristeza, paradoxalmente com suas tiradas risadores e sua portentosa
metralhadora dialética cheia de lágrimas, ao ser provocado pelo Antonio
Abujamra (Programa Provocações/TV Cultura) o irreverente Cyber Poeta Silas
Correa Leite disparou que “corta os pulsos com poesia”, entre outras de suas
tiradas.

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Blog premiado do UOL: http://www.portas-lapsos.zip.net/

Site com breve currículo: www.itarare.com.br/silas.htm

E-mail para contatos: poesilas@terra.com.br

Livros Porta-Lapsos, Poemas, e Campo de Trigo Com Corvos, Contos, a venda no
site de SP: www.livrariacultura.com.br

 

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